segunda-feira, 6 de julho de 2015

Novos tempos

Querido Deus,

Obrigada. Pela coragem de ir em frente. Pelas palavras. Pela Palavra. Novos tempos? Que sejam de amor.
Um abraço.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O amor surpreendeu-me

O amor surpreendeu-me e soube tão bem. Perdoar é como uma estrada limpa no meio de uma paisagem bonita e com sol ao longo de um rio. Sorrir por dentro e por fora, como o amarelo das giestas. Sentir-me inteira, como o corpo que mergulha nas águas claras. Caminhar, como se apenas existisse um infinito de amor, sem pedras. Fui surpreendida pelo esquecimento da dor e isso é tão bom. Mesmo que o conteúdo do amor não seja claro, eu sei que perdoei. Meu querido Deus, obrigada.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Quarenta dias no deserto

A frescura do mimo faz falta. O deserto do mimo custa. O deserto do mimo dói. As caminhadas imensas no deserto deixam-nos exaustos e sem conseguir pensar com clareza e confiança; regressam os sentimentos de culpa, instala-se o medo que só a fé acalma. Quarenta dias no deserto, Senhor. A fé é Caridade em nós.

domingo, 16 de dezembro de 2012

O peso das palavras

Jacintha. O que para uns foi uma graça para ela foi um erro sem desculpa, do qual não se conseguiu perdoar, certamente que este seria um peso com o qual teria de viver o resto da vida, maior do que conseguiu suportar. O peso de se tornar conhecido pelo erro. O peso de sentir que falhou. Ser-se esmagado pelo peso da opinião, que passa pela pele e chega à alma. Tão violentas são as palavras que esmagam a alma. Senhor, que a dor desta mulher não seja esquecida por niguém. Acolhe-a na Tua casa. Pela sua alma vou fazer o propósito de tentar escutar primeiro as minhas palavras antes de as lançar ao mundo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As palmas do nada

Não, não aplaudam a música que é bela. Deixem-na ficar no ar. Quebrar o som do silêncio é aflitivo. Não, não batam palmas. Sintam o prazer contido a transbordar e a rebentar dentro do peito. E gritem! Gritem com a alma até se consumir o fogo que consome. Não, não aplaudam a música que é bela. Os aplausos são para as outras músicas.

(Sabes, Senhor, a música que é bela e Tua paixão são celebradas pelo silêncio que as segue. O silêncio é onde a dor e alegria se encontram. O silêncio é o lugar seguro das Tuas obras mais belas.)

Não, não aplaudam a música que é bela para que se não espante a emoção do Amor.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Estás presente no tempo, sem palavras a mais. O entusiasmo da contagem decrescente: saborear, devagarinho e sem o medo que atrapalha. Deixa-me ficar assim, no Teu silêncio de paz. Deixa-me ficar assim, para me encontrar e aprender com os que sabem contemplar-Te.

domingo, 10 de outubro de 2010

Acontecem muitas coisas ao mesmo tempo e o melhor mesmo é olhar para o alto. Permanecer longe por um bocadinho. Ser ousada e querer ver pela Tua perspectiva. Toda a perspectiva tem um ponto de fuga. Onde está o Teu olhar? Como sei qual é a Tua perspectiva? Percorro a Tua palavra. O meu tempo, meu Deus, não é o Teu. A Tua palavra ensina-me a esperar. A verdade é que me dás tudo o que preciso e as decisões de o aceitar são sempre minhas. És um pai amoroso. Quando as minhas decisões não foram as mais sábias, continuaste ao meu lado. Gosto tanto, tanto, tanto de Ti!